segunda-feira, 2 de novembro de 2009

VERSOS LIVRES

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Tenho os versos livres
pois não tento atrelá-los
cada um tem sua cor
cada um tem seu sabor
cada um tem sua dor
o fluir do pensar
está para um rio
assim como um rio está para o mar
se ocorre das letras um fonema assemelhar
é que os sentidos dos sentimentos se encontraram
assim como o rio encontrou o mar
mas não forço tal encontro a não ser o encontro dos sentidos
que amargam, que machucam, que choram
apenas abro a porta da alma e a deixo falar, cantar, sorrir, lamentar
mas que diga a alma tudo que vai em si
para sentir-se livre
pelo menos no exprimir
das suas emoções
suas sensações
orgulho
vergonha
adoração
depravação
tudo
mas que nunca me condene pelo cárcere
pois maior prisão não há
do que aquela que nos aperta a garganta
e nos faz engolir de volta até mesmo a esperança

Poesia do silêncio

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Nestas horas mortas que a noite cria, entre um e outro verso do pavoroso poema, que sob a pálida luz de uma vela eu lia, me chegavam antigas lembranças de um dilema.
Quanto amargo e dissabor o silêncio produz!  Entre as sombras vacilantes da noite, chegam em formas indefinidas, que sobre minha cabeça pairam, aves e outras criaturas aladas que de infernal recônditos alçam vôo até minha mente, a perturbar minh’alma.
Essas formas indefinidas das sombras criadas pelo medo, ocupando o vazio do meu ser, preenchendo o que antes era de sentimentos sublimes e, agora, somente o sentimento de dor. O que antes era alegria, agora é tão somente o dissabor.
Que pena paga um condenado pelos sentimentos! Oh, agonia incessante. Que martírios mais terei que suportar? Como um medo tão latente do desconhecido, pode tanto me apavorar? Será do vazio de minha alma que sinto medo? Ou do esquecimento do meu ser, por outro já amado?
Não é do fim da vida que treme minha alma, mas do fim do sentir-se bem eterno. Não mais existir não é tão doloroso quanto o existir sem ser notado, ou amar sem ser amado, ou perder o que jamais será recuperado.
 

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